quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Lua

Sopro divino do vento gelado
Vazio que mata afogado
Aos poucos o meu ser

Luz que ilumina essa tão noite escura
Queria que às vezes a lua
Fosse tão bela quanto você

Sempre que eu cumpro a tarefa diária
De dar ao sistema um pouco da rara
Energia que também anima a mim

Saio no breu, no silêncio venenoso
Quando o Rio é confuso e saudoso
Memórias de um tempo que não vivi

Certo de que tudo é falso, meu bem
Se tu não estás aqui, nada tem
Razão de existir

Esqueço que até o que é ilusão fere
Eis que meu pensamento se adere
No teu olhar

Você partiu sem nem chegar
Crio qualquer razão pra te amar
Por que sem luz não há porquê
Não existe um eu sem você

Dizem que seu belo nome foi dado
No nosso satélite inspirado
Mas eu duvido

Por que o teu nome eu daria à maior
E mais brilhante das estrelas
Faz mais sentido

Se eu quisesse provar a existência de Deus
A quem fosse, mostraria os seus
Retratos

Mas quem diria que amor não tem modo de agir
A lua que chega, o sol a partir
Sem contratos

E se esse sonho constante viesse a sumir
E as mais belas flores voltassem a florir
Dos teus cachos

Talvez cada dessas noites fosse uma só
Ao invés de todas mortais e sem dó
Aos viajantes das trilhas do coração

E você partiu sem nem chegar
Crio qualquer razão pra te amar
Por que sem luz não há porquê
Não existe um eu sem você

Você chegou pra me partir
Entre espírito, mente e alma
Quando você se despedir
Deixarei a canção me levar

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